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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Entrevista exclusiva com os Stiff Little Fingers.





Essa entrevista com o Stiff Little Fingers foi feita alguns dias antes do show em São Paulo. E foi publicada originalmente na revista "Comando Rock", edição 79 ! Quem respondeu as minhas questões foi Mr.Jake Burns....


Que lembranças você têm do show que fizeram aqui em São Paulo, no começo dos 2000?


A principal é o quanto ás pessoas foram amigáveis conosco. Obviamente foi uma experiência muito interessante ter tocado no Brasil, ainda mais porque nunca havíamos tocado por aí. Nós não tínhamos idéia se as pessoas nos conheciam ou não, mas quando subimos no palco nos deparamos com uma platéia muito animada e amigável, foi fantástico.


Naquele show o baixista era o Bruce Foxton (ex-The Jam). Algum motivo especial para ele deixar a banda, depois de estar tanto tempo com vocês ?


Bruce não queria fazer tantas tours quanto gostaríamos e queríamos, então ele preferiu sair. Nós lamentamos muito sua saída, afinal de contas, além de ser um músico fantástico, ele esteve conosco por mais de quinze anos. Então quem o substituir teria uma grande responsabilidade.



E, por outro lado, a banda ganhou com o retorno do baixista Ali McMordie, da formação original!


Sim, como eu disse, qualquer um que entrasse teria que assumir uma grande responsabilidade e Ali seria o único que poderia faze-lo, sem contar que todos nós queríamos ele, foi tudo muito mais fácil. No entanto, desde quando ele nos deixou, antes da entrada de Bruce, ele construiu e consolidou uma carreira excelente como gerente de turnê, então eu não poderia pedir para ele deixar essa carreira. Nós conversamos e ele queria muito tocar conosco, continuar as turnês e tudo, mas ele tinha compromissos que não podia simplesmente deixar de lado. Então, nós concordamos que os dois trabalhos não poderiam se chocar e caso ocorresse, que marcaríamos em outras datas para podermos seguir assim. Até agora não havia acontecido isso, e tocaríamos na América do Norte e América do Sul, mas infelizmente agora aconteceu e ele não poderá sair nesta turnê conosco, mas eu falei com meu amigo Mark DeRosa da banda Dummy, para entrar no lugar de Ali e eu tenho certeza que você irão recebe-lo muito bem.







Com mais de trinta anos de carreira, o S.L.F é uma das bandas mais respeitadas e influentes da primeira geração do Punk Rock. Em algum momento vocês pensaram que chegariam tão longe, e com tamanha popularidade?



Nunca, de forma alguma. Quando nós começamos, como a maioria das bandas eu acho, nós pensávamos que seria algo divertido para fazermos no nosso tempo livre. Sempre pensávamos em tocar, gravar um disco fazer uma ou duas turnês talvez, mas nunca imaginamos que teríamos uma carreira tão longa. Nós tivemos muita sorte pelo nosso público (em sua maioria torcedores de futebol) sempre ter nos apoiado e dado todo o suporte que precisamos ao longo de todos esse anos, essas pessoas falavam do SLF como sendo banda deles e continuaram conosco, nos apoiando. Eu estava folhando uma revista e nela tinha uma matéria sobre nós dizendo que éramos “a banda do povo”, acredito que esse é um dos motivos pelo qual o nosso público continuou com a gente, eles sempre souberam e perceberam que nós somos iguais a eles, nunca fomos estrelas ou metidos a astros do rock.



É verdade que a idéia e inspiração de montar o Stiff Little Fingers veio depois de assistirem um show do The Clash, em Belfast?



Não. Nós já éramos grandes fãs do Clash, eles sempre foram a nossa principal influência, mas nós já havíamos formado a banda antes de assistir a um show deles.



Vocês fizeram uma homenagem ao Joe Strummer, alguns anos atrás, na música “Strummerville”. Ele faz muita falta hoje em dia, tanto como músico ou como pessoa, com sua morte tão prematura. Um dos grandes talentos da história da música...



Sim, como eu disse, nós sempre fomos fãs do Clash e eles eram uma grande influência. Quando Joe morreu muitos veículos de comunicação (tv, rádio, revistas) me convidaram para falar o que eu pensava dele, quanto mais eu falava sobre ele mais eu pensava que deveria escrever meus sentimentos sobre ele e fazer uma música, e foi o que fiz. Foi muito fácil escrever a música porque ele nos influenciou tanto, não só na forma que tocamos mas também no modo como levamos nossas vidas.



Um ponto em comum entre as duas bandas também é a influência da música Reggae. Como surgiu o interesse do S.L.F pelo estilo jamaicano?



Foi muito fácil de se interessar já que tem ótimas canções. Os compositores jamaicanos pareciam ter vidas parecidas com as nossas, crescendo cercados de violência (normalmente inspirados politicamente) e tinham que lidar com isso diariamente. Houve muitas semelhanças, que tornaram esse tipo de som algo muito irresistível para nós.



É verdade que o U2 começou a carreira abrindo alguns dos seus shows, ainda em Belfast? Eles costumam mencionar o S.L.F como uma das grandes influências da banda..


Não. O U2 nunca nem tocou no mesmo show que nós, ou vice versa. Eles tem a gentileza de dizer que nós fomos uma das influências deles para começarem a banda e até mesmo no som, todos nós nos conhecíamos, fazíamos parte da mesma coisa mas, não os vejo ou falo com eles há um bom tempo. No entanto eles continuam sendo uma grande banda.



Uma pessoa que ajudou no início da carreira do grupo foi o lendário radialista John Peel - que tinha um programa muito popular, na rádio BBC de Londres - um dos primeiros a tocar uma música do SLF no rádio. Qual foi a importância dele na história da banda?



Eu diria que John Peel foi crucial para nós mas, não apenas para nós, e sim para muitas bandas dos anos 60 em diante. Na verdade eu diria que John Peel foi á figura mais importante no rock britânico desde os anos 60 até a sua morte prematura há alguns anos atrás.






O S.L.F já teve muitas músicas/versões gravadas por diversas bandas. Qual é sua versão favorita, dentre tantas?



Na verdade, minha favorita é de uma banda sul americana. O Attaque 77 é uma banda da Argentina, e gravou a nossa música “Listen”, eu achei que a versão deles ficou muito boa.



O que você pensa sobre bandas de Punk Rock americanas que tem forte influência de música irlandesa como, por exemplo, os Swingin’Utters, Dropkick Murphys, Floggin Mollyn e muitas outras?



Obviamente em sua grande maioria essas bandas são influenciadas pelo The Pogues. Eu gosto do que elas fazem mas, me parece um pouco estranho que essas bandas não sejam de fato irlandesas, ainda que toquem música inspirada nesse estilo mas, elas não são de lá de fato.






Parece que exitem planos do S.L.F para um novo álbum, certo? Alguma previsão de lançamento?



Eu ainda estou escrevendo as letras mas, estamos próximos de finalizar as composições da forma que gostaríamos. Esperamos entrar em estúdio até o começo do ano que vem, eu odiaria ver outro ano se passar sem lançarmos um disco.



O que os fãs podem esperar ? Talvez algo mais na linha antiga, dos primeiros discos?



Não posso dizer até terminarmos. Eu penso que o nosso último álbum Guitar & Drum (2004) soou mais como nossas coisas antigas, mas hoje nós tocamos bem melhor do que antigamente e nós não podemos mudar isso, não se pode simplesmente desaprender e nós não queremos que isso aconteça também. Acredito que nunca soamos tão bem ao vivo, quanto hoje em dia, então acho que o novo álbum irá soar como: “o novo álbum”.



Mudando de assunto, como você analisa os recentes conflitos em Belfast?


Triste. A grande maioria das pessoas que moravam lá se mudaram. E estão tentando construir e consertar as pontes entre as comunidades. Outros simplesmente não vão deixar o passado e esses devem viver nele. Eu ainda acho que o passado virá em forma de violência.



O S.L.F sempre teve uma preocupação com o tema de suas letras. Você acredita que a música ainda é uma forma de tentar mudar algo, seja ela em um nível mais político ou pessoal, por exemplo?


Nós não podemos mudar o mundo com uma canção, ninguém pode. Mas você pode fazer uma pessoa pensar sobre a forma como age e se comporta. Você pode fazer alguns questionamentos sobre suas opiniões, sobre alguns assuntos e fazer a pessoa pensar o que é certou ou não. Basicamente isso sempre foi o que quisemos fazer e atingir, e espero que tenhamos conseguido.



E quais são suas expectativas para o show aqui em São Paulo? Alguma surpresa no setlist?


Nós sempre tentamos tocar músicas de todos os períodos da banda, mas tendo dito isso, nós fazemos isso a tanto tempo que é difícil decidir o que pode e deve ou não ficar de fora. Vocês irão ouvir aquilo que mais marcou a nossa carreira.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

The Violators "Summer Of '81"




'Summer of 81'

There's blood on the street
And the smell is so sweet
'Cos another blue bastard has gone down
See the boots swarmimg round his head
They're gonna see him dead

Nightstick in his hand
He tried to rule this land
That's no way to make a country great
It takes more, more than force
You've got to give it a voice

So it's goodnight to one more fascist clown
We've got a right, you can't keep us quiet
We've got a riot, we've got a riot

This is our answer to your law!

Don't shed no tears for him
His life was lived in sin
No one has the right to order you
Don't be told what life is about

Brixton riot riot
Toxteth riot riot
Bristol riot riot
Moss Side riot riot

England riot riot