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quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Entrevista: The Negative Visions





"THE NEGATIVE VISIONS começou em meados de 1999 por Andre TNV, na verdade mais um "one man band" do que uma banda com uma formação fixa. Alguns músicos e colaboradores/amigos participaram e participam de gravações e shows, embora neste estilo de música eletrônica o line up é na maioria dos casos um duo ou uma única pessoa. Ao vivo o TNV acrescenta um guitarrista na maioria das vezes. A seguir um bate papo com André que conta o ínicio os novos lançamentos e sobre tocar no festival Woodgothic de 2015.

Por: Renato Andrade.






1- André, gostaria que vc começasse falando do seu envolvimento com a música e o começo de carreira.


Bom, no início dos anos 90 meu irmão tocava baixo em uma banda de pós-punk em minha cidade natal no sul de Minas, mais precisamente Campos Gerais. Provável que minha inclinação pela música tenha nascido por ae. A banda se chamava DEAD’S FALL e acompanhei muitas vezes meu irmão indo aos ensaios nas tardes de verão que nunca mais deletarei de minha mente. Bons tempos aqueles onde pude acompanhar de perto a dificuldade de se adquirir uma simples fita cassete de bandas de que gostávamos muito e que eram difíceis de se ouvir na cena nacional e comum na Europa e que hoje em dia se perdeu este sentimento e se tornou tão vazio a busca por novas mídias. Os DEAD’S FALL se acabaram em meados de 96 e 97 onde me lembro bem e cada membro da banda seguiu seu sentido na vida, porém na música os primos Matheus Rabelo ( baterista do Dead’s Fall ) e Vitor Rabelo ( vocalista e guitarrista do Dead’s Fall ) ainda permanecem até hoje em seus projetos paralelos.

Meu irmão se formou nesta mesma época em Direito e seguiu carreira na advocacia e não mais tocou. Foi neste meado de tempo entre 1997 e 1998 em que a THE NEGATIVE VISIONS surgiu, talvez pela ausência e ou o vício de se tentar comunicar através do som e pelo simples fato de que se tornou uma Paixão a música para mim. Ouvia-se muito EBM, Industrial Rock e em particular MINISTRY e NIN e o TYPE O NEGATIVE se tornou minha grande referência musical assim como THE SISTERS OF MERCY, IGGY POP dentre vários outros e aqui no Brasil eu sempre ouvia muitas fitas cassetes emprestadas e gravadas de cd’s e ou Vinil dos amigos Matheus e Vitor Rabelo como Aghast View e o próprio SIMBOLO e o HARRY.


Na ausência talvez pelo fato de não mais existir os Dead’s Fall que tocavam sons que gostávamos em uma pequena cidade do interior e pelo simples fato de se preencher o vazio que ficou, surgiu-se a THE NEGATIVE VISIONS, o AUREAH ( do amigo Vitor Rabelo que também tocou em bandas paulistas como TEARS OF BLOOD e recentemente no DAS PROJEKT ) e o JAZIGO de ( Matheus Rabelo ). Vocês de São Paulo tiveram como pioneira talvez neste estilo bem no início a banda “Das Projekt Der Krummen Mauern” e nós tínhamos a nossa “DEAD’S FALL”. A “Das Projekt Der Krummen Mauern” se formou atualmente a “DAS PROJEKT” dando continuidade e a DEAD’S FALL nasceram 3 novas remanescentes, o AUREAH, o JAZIGO e a TNV. A “THE NEGATIVE VISIONS” foi um nome sugestivo à ideologia em crítica ao lado obscuro talvez da política e a Ordem mundial.


Com a idéia formada faltava apenas a execução de um sonho que foi se moldando ao passar dos anos. Comecei como um simples projeto eletrônico, foram muitos experimentos mas nada oficial até então. Participei do projeto AUREAH do amigo Vitor Rabelo em meados de 2000 e 2001 e que eu retornaria a participar novamente em 2006 e 2007 realizando shows em São Paulo nos teclados e em algumas percussões.



Assim, a THE NEGATIVE VISIONS foi se atualizando e me mudei para Santos em 2001 onde conheci um dos caras que já era um dos meus grandes ídolos, o Hansen ( da banda HARRY ) e foi na cidade de Santos/SP em que a THE NEGATIVE VISIONS começou de fato a se criar. Me lembro bem voltando do estágio em que fazia no banco Banespa na época onde comprei uma revista de carros e nela havia um cd com softwares e foi quando comecei a programar as baterias e os sons da NEGATIVE VISIONS e então a compor música Eletrônica e Industrial o que antes era limitado em um simples teclado que tinha no sul de minas. Foram vários experimentos gravados e algumas participações em coletâneas nacionais de músicas eletrônicas na época. Foram anos programando música Eletrônica e Industrial com a NEGATIVE VISIONS até que em 2011 comecei a incluir baixos e guitarras elétricas em minhas composições deixando o som um pouco mais INDUSTRIAL ROCK .

Foi assim que comecei a utilizar o nome TNV e deixar de lado o antigo, simples e amador projeto eletrônico THE NEGATIVE VISIONS e a começar a gravar o até então “debut Ep” SOME SECONDS com 09 faixas trabalhadas e produzidas por eu mesmo. Foi após este disco em que obtive alguns bons contatos de admiradores da TNV e começamos a trabalhar novos discos. Foi diante destas experiências em que consegui unir as batidas Industriais-Eletrônicas de softwares e DRUM MACHINES como a YAMAHA RX 5 e a ALESIS SR 16 que uso recentemente com os toques de melodias de teclados de minha época no AUREAH e a inclusão de guitarras e baixos nos novos sons da TNV.

2- O TNV não tem uma formação fixa? Seria mais um projeto individual? Ou você pensa em uma formação fixa?

Assim como no início a TNV até então um projeto em base eletrônica e tinha apenas eu como integrante, a idéia era algo assim semelhante a outros grandes nomes brasileiros no EBM nacional como AGHAST VIEW e O SIMBOLO grupos que eu gostava muito na época. Na música eletrônica você tem mais chance de produzir sozinho, porém quando comecei a introduzir instrumentos de cordas em meus sons senti a necessidade de mais músicos para a TNV e até mesmo eu quis deixar o som um pouco menos mecânico. Tentamos várias formações mas não obtive nenhuma formação fixa na banda até hoje. Foi nestas experiências em que eu senti a necessidade de aprender a tocar guitarra e estudar um pouco mais sobre Home Studio para não ficar dependente da boa vontade dos outros.

Assim como a NEGATIVE VISIONS desde seu começo teve o DO IT YOURSELF como via de regra, eu a fiz necessário e executei na TNV gravando e produzindo sozinho e eu o faço até hoje. Admito errar na qualidade de nossos sons até mesmo pois se trata de um som independente, underground. No entanto a cada dia estamos atualizando e melhorando cada vez mais na qualidade dos sons da TNV. Atualmente a TNV continua sendo apenas eu mesmo, porém mantenho ainda bons contatos com amigos de São Paulo que ainda participam em alguns arranjos da TNV mesmo que pela internet. Sempre penso em uma formação fixa mas sendo uma banda independente e pouco conhecida acho difícil alguém se interessar sem pensar na oportunidade de ganhar uma grana extra e ou de se auto promover e encher a cara de cerveja e ou se entupir de drogas.

As letras e arranjos que trabalho na TNV são como o pulso para o coração e faz parte do cotidiano onde incluo nelas o que estou passando e sentindo no momento e boa parte de minha vida tem se passado assim como um refrão de um acorde musical e isto é o que poucos reconhecem e não resgatam como essência fazendo da música um vazio em suas composições.

3- Como define o estilo e a música do TNV?

Como a TNV se iniciou em meados de 98 como um projeto experimental, eletrônico e industrial e após com a inclusão de cordas presumo a TNV como sendo atualmente como uma banda INDUSTRIAL ROCK um pouco menos mecânica sem perder a essência nas melodias dos teclados.

4- Recentemente você comentou que o TNV faria um novo trabalho com influências metalicas, ainda pensa em fazer algo assim?

Sim e Não, rs. Como falei anteriormente, boa parte de minha vida tem se passado assim como um refrão de um acorde musical e assim incluo em minhas composições. As vezes em alta , as vezes em baixa. Tenho muita coisa guardada da TNV que ainda não foi divulgado nem trabalhado aqui. São arranjos antigos e novos que com o tempo eu vou trabalhando e modificando dependendo do momento e assim se dá o resultado final em nossos sons.


5- Na minha opinião o single "Pulse" define o estilo do TNV o que pensa sobre isto??

O single e o ep PULSE inteiro foi um grande marco para a TNV. Foi o primeiro disco mesmo como uma banda de verdade. O primeiro da TNV com duas cabeças pensando e isto é e foi muito bom. Após o debut ep SOME SECONDS de 2011 eu conheci o guitarrista Eduardo Galezi e o baixista Neto que já tinham experiências em várias outras bandas paulistas na cena underground punk e metal. Fizemos alguns ensaios em estúdio com alguns singles do ep SOME SECONDS e após assim eu e o

Neto começamos a gravar o ep PULSE sendo o nosso segundo ep e o primeiro de mais outras sequências em 2013. Me lembro que foi difícil conseguir um guitarrista para as novas músicas da TNV e assim eu mesmo tive que as fazer . Foi um grande momento e nele apostamos todas as nossas cartas mas que não conseguimos em tão pouco tempo. Foi como uma tempestade em poucos segundos tudo se foi e voltou a ser como antes. E assim me sinto até hoje, pois trabalhamos todo o disco em cima de um sonho de fazer shows em SP e interior.

Tínhamos shows a serem marcados e chances de boas apresentações mas que quando o lançamos tive uma grande insatisfação. Nosso baixista Neto teve alguns problemas particulares bem após a finalização do disco PULSE, mesmo assim tentamos ainda após o disco PULSE alguns ensaios com o amigo CRIS REIS nas guitarras e que também tocamos juntos no AUREAH mas já não dava mais para o Neto na TNV e ele quis assim por motivos dele apenas. Porém foi e será sempre um grande disco da TNV e que eu agradeço muito a todos que me ajudaram e que em breve iremos colocá-lo em prática em nossas futuras apresentações ao vivo.


6- Como foi trabalhar com Rose Lisa? Como aconteceu esta participação?

Após o ep PULSE, eu já tinha começado a trabalhar o novo ep da TNV até então não intitulado como “MONOCHROME VISIONS”, nosso segundo ep na sequência em 2013. Com a saída de Neto da banda e pelas limitações em achar um novo guitarrista e baixista para a banda em São Paulo eu conheci o baixista da banda portuguesa “Bal Onirique” e onde começamos a trocar arquivos, ele me mandava as linhas de baixos gravadas em um estúdio em Portugal para as novas músicas do disco da TNV.

Neste mesmo tempo conheci a cantora norte americana ROSE LISA e convidei ela a participar de uma versão do single FROZEN e ela aceitou fazendo o mesmo me mandando os arquivos em meu e-mail. Assim acabou que gravamos mais outros singles com a participação de ROSE LISA nos vocais. Este segundo ep da sequência 2013 foi uma nova experiência pra mim pois produzi um disco totalmente diferenciado pela forma em que foi feito pela transferência de arquivos o que atualmente graças a tecnologia podemos o fazer. Após este disco fiz uma entrevista com Rose Lisa também mas atualmente acabamos que perdemos contatos novamente.


Ela mora na cidade de Buffalo, Nova Iorque e recentemente tocou em um programa de rádio na cidade dela mencionando nossa participação mas atualmente acabamos perdendo contatos. Porém foi uma grande experiência para todos nós este disco e recentemente 2 de nossos singles deste disco LOVE FOR MONEY 2.0 e SAME DREAMS estão sendo tocados em

7- A coletãnea de singles "We will keep our passions" é um bom cartão de visitas para quem quer conhecer a banda?

Sim, um grande cartão de visita. Gostaria de colocar ainda alguns singles antigos da TNV de quando era um projeto eletrônico mas o som soa muito diferente e até me perguntam se seria a mesma banda e tal.
Esta coletânea une sons de todos os ep’s da TNV em sua segunda fase podemos dizer assim, SOME SECONDS de 2011, PULSE, MONOCHROME VISIONS, DIRTY AND SARCASTIC e CHOICE CONTROLS que também se trata de uma outra coletânea mas com apenas demo versões e live studios com algumas covers de bandas de que gostamos bastante.



8- A T.N.V está no line up do Festival Woodgothic de junho de 2015, gostaria que comentasse sobre as expectativas, formação e etc.

Sim, a TNV estará no festival em junho de 2015 e será uma realização de um sonho antigo particularmente meu, pois se tratará de uma meta realizada.
Poder colocar a TNV e suas batidas industriais no palco e ver o pessoal seguindo o ritmo dos sons será muito gratificante, consigo imaginar isto e me animo cada vez mais só de pensar nesta chance. Já senti isto com o AUREAH em 2009 quando tocava teclados na banda mas com a TNV será a primeira vez e será muito bom e as expectativas são as melhores possíveis para a realização disto. Espero após esta apresentação que era um sonho desde a época do ep PULSE que não se realizou poder nos apresentar mais vezes em São Paulo e outros estados brasileiros e Portugal onde já tive um convite.


Neste show o amigo santista HANSEN da banda H.A.R.R.Y será nosso convidado especial nas guitarras. Os baixos provavelmente serão mecanizados assim como as bateras e teclados, algo em torno ao SISTERS OF MERCY o fazem hoje com 2 guitarristas e a diferença que eu também irei cantar e tocar em algumas faixas e é claro executar nossa TNV MACHINE. Convidei a vocalista MARIE BRANDÃO da banda mineira PENUMBRA também para fazer algumas participações nos vocais de LOVE FOR MONEY, SOME SECONDS e FROZEN .Será uma grande apresentação e espero contar com todos vocês presentes por lá.



9- O que tem escutado ultimamamente ou sempre? o que te influencia?


TYPE O NEGATIVE um vício que ainda ouço muito, SISTERS, bandas industriais clássicas como MINISTRY, DIE KRUPPS e poucas novas como INTERPOL.
Já ouvi muita coisa, antigamente eu ouvia mais, mas como disse anteriormente com o passar do tempo particularmente pra mim se perdeu a graça, pois a busca por novas mídias e a liberdade de fácil acesso aos mp3 muitas vezes com péssimas qualidades se perdeu o sentido.

Ainda ouço as mesmas coisas de antes como sempre. Tento me atualizar ouvindo umas bandas novas mas sempre me desanimo ao perceber que uma é ou peca como cópia de outra . Está cada vez mais difícil se ouvir algo único, de som próprio.
Ainda acho que as de 80 são as melhores e sempre serão, espero estar errado disto pois logo nossas bandas prediletas irão acabar e se já não acabaram aos poucos e precisamos dar continuidade em novas gerações.



10- Agora uma pergunta clichê: qual foi o melhor momento e o pior momento da carreira do TNV?

O ep PULSE é uma ótima resposta para isto, rs. Foi um grande momento pra nós, estava cursando faculdade de DIREITO em São Paulo realizando um grande sonho e após leituras de Ciência Política vieram boas idéias para o então lançamento do single THE BODY POLITIC que para mim um dos nossos melhores hits até hoje e ao mesmo tempo estávamos pulsando aquele momento em particular eu e o Neto como sendo o marco para divulgar a TNV e shows a serem feitos.

Porém neste mesmo disco veio um dos piores momentos também com a saída de Neto onde tive que cancelar algumas de nossas intenções para aquele ano e a incerteza de continuar a compor com a TNV o que não aconteceu e estamos ainda hoje lançando novos singles.


11- Gostaria de acrescentar algo? Deixe o seu recado..

Bom, a TNV está trabalhando novos singles para 2014. Continuamos como independentes. Em breve iremos lançar um novo ep seguindo a mesma sequência de ep’s como em 2013 para após lançar um album e ou uma coletânea.

Espero que todos estejam presentes no Festival Woodgothic em junho de 2015 em São Thomé das Letras no sul mineiro pois será uma grande apresentação da TNV unindo nossos melhores singles e algumas covers de bandas que gostamos. Em nossa página da web www.reverbnation.com/officialtnv e ou no www.soundcloud.com/officialtnv você encontrará todos os sons dos nossos 4 últimos ep’s e alguns singles da coletanea de b-sides CHOICE CONTROLS que se trata de uma coletanea que resgata fragmentos de mídias em estúdio e demo versões não divulgados.

Agradeço ao Renato Andrade por esta entrevista e a todos que apoiaram e apoiam de alguma forma a TNV até hoje.

Obrigado !!!

TNV - Upcoming Releases / 2014 ( demo versions )