Total de visualizações de página

sábado, 18 de janeiro de 2014

Entrevista exclusiva com Suicide Commando.



Suicide Commando é uma banda old school belga de EBM e foi criada em 1988, por Johan Van Roy. O nome da banda foi tirado de uma música intitulada "Suicide Commando" da banda alemã No More mas, como diz o próprio Johan , esse nome também tem outros significados e inspirações. Considerada hoje em dia uma banda clássica e um dos grandes nomes do estilo, nessa entrevista Johan conta tudo a respeito deles, suas influências, analisa o atual cenário musical e suas expectativas para o show aqui - e em única apresentação no Brasil - na festa de comemoração dos 5 anos do ‘’Projeto Ferro Velho’’ em fevereiro no Inferno Club, em São Paulo.

1 - Sobre o nome "Suicide Commando" é verdade que este nome foi inspirado por uma música antiga da banda No More ? E se não, qual foi a inspiração para o nome ?

Sim, de fato, como eu realmente gostei da música, decidi dar esse nome ao meu projeto.
Mas também se refere aos pilotos suicidas japoneses, principalmente da Segunda Guerra Mundial, também chamados de suicide commando...


2 - O que o levou a escolher esse tipo de música ( EBM \ Industrial) para trabalhar?

Bom, eu cresci no início dos anos 80, no grande “boom” da chamada cena New Wave, com bandas como The Cure, Joy Division, Sisters of Mercy ... Foi apenas um pequeno passo para bandas eletrônicas como Depeche Mode , Fad Gadget, etc ... Não muito mais tarde eu descobri bandas como Klinik, Front 242 ...
Eu estava tão fascinado por este tipo de música que era bastante óbvio que tipo de música eu queria fazer. Eu ainda tentei tocar um pouco de guitarra, mas logo percebi que a música eletrônica era muito mais a minha cara.

3 - Quais são as inspirações para suas letras?

Basicamente pode ser qualquer coisa, algo que eu li nos jornais, vi na TV, ouvi no noticiário ... Basta ligar a sua televisão e você ficar inundado com temas como assassinato, abuso sexual , religião, serial killers ...

4 - Quais bandas o influenciaram quando você iniciou o Suicide Commando?

No começo certamente eram bandas como Front 242 , Klinik , The Neon Judgement , Fad Gadget ... Mas até hoje essas bandas ainda são uma influência para mim e para o meu som .

5 - Quais bandas você ouve atualmente?

Eu escuto todos os tipos de música, mas meu maior amor é e sempre será a música eletrônica.


6 - Aqui no Brasil o Suicide Commando conquistou o público das casas noturna underground desde o primeiro álbum, e cada lançamento traz um novo hit. Você acha que isso acontece porque você está sempre tentando algo novo com a sua música? Os últimos álbuns são muito diferentes dos primeiros, mas ao mesmo tempo, tão potente quanto eles. Você acha que essa é a chave para manter os fãs antigos e atrair os novos?

Eu realmente nunca pensei sobre isso, eu sempre fiz a música que eu queria fazer, eu sempre tive sorte e liberdade para fazer minhas próprias coisas, então eu nunca realmente me importei com as tendências ou direções. Para mim, a música tem que ser uma coisa espontânea, por isso tem que vir do coração. Eu nunca seria capaz de fazer música se não fosse assim.
É verdade que o meu som mudou um pouco ao longo dos anos, mas a base e o espírito ainda são os mesmos como nos velhos tempos. Então, será essa uma das razões pelas quais o Suicide Commando permanece tão bem - sucedido ?

7 - Além da Les Cure 13 , você tem outra banda ou projetos?

Há ainda o meu projeto juntamente com Jan de Noisuf-X / X-fusion chamado Kombat Unit, mas não fazemos nada de novo há mais de 2 anos. Nós dois estamos tão ocupado com as nossos respectivos projetos que é muito difícil encontrar tempo para trabalhar em um novo material, mas “nunca diga nunca”, então quem sabe nós vamos encontrar algum tempo livre em breve novamente ...


8- A mídia cria muitos nomes e divisões para todos os tipos de música , não é diferente com o EBM e a música alternativa eletrônica em geral. Como você define a música do Suicide Commando?

Para ser honesto, eu realmente não gosto de ser colocado em determinadas caixas, em determinados estilos ou tendências, para mim é tudo apenas música eletrônica.
Mas se eu tivesse que definir o meu próprio som que eu diria que é mais próximo do harsch electronic.

9 - Como você se sentiu sobre a turnê Vintage? Como foi tocar os dois primeiros álbuns?

Foi muito divertido e já estou pensando em fazer mais algumas apresentações do Vintage em 2014.
Gostei principalmente da ideia de que o Suicide Commando chega a uma geração totalmente nova de ouvintes, e muitos deles nunca ouviram falar das músicas antigas como " Murder ", " Traumatize " ou " See You in Hell" , e esta foi uma das razões pelas quais eu queria fazer essas apresentações, para mostrar-lhes uma outra face do Suicide Commando

10 - Como foi a experiência de tocar fora da Europa ?

Bem, desde que começamos a fazer shows fora da Europa, todo um novo mercado se abriu para nós e as reações têm sido verdadeiramente incríveis em nossas primeiras viagens para os EUA, México e Canadá, de modo que em breve voltarei lá também.

11- Algumas bandas EBM acrescentam instrumentos ao vivo, em alguns casos, a música soa muito diferente do original , isso acontece com SC?

Sim e não. Nós, na verdade, também adicionamos uma banda de verdade no palco, incluindo bateria acústica e etc, mas isso não muda o som original, apenas acrescenta mais um sentimento vivo, algo que eu estou sentindo falta em um monte de outras bandas eletrônicas.

12 - Há quanto tempo os outros membros que estão vindo para o Brasil trabalham com você ?

Nossa banda ao vivo no momento em que existe de Torben Schmidt (também conhecido por outras bandas como Lights of Euphoria e mais recentemente Binary Park ) e Mario Vaerewijck ( Insekt e início do Vomito Negro) na bateria ao vivo.
Torben já faz parte de nossa equipe ao vivo há mais de 10 anos, Mario se uniu a nós em 2006.

13 - Sobre o set-list, você tem algo especial para o Brasil?

Bem, como eu sei que tem um monte de fãs no Brasil que gostam de nossas obras muito antigas, tenho certeza que irá incluir algumas músicas do nosso conjunto do Vintage em nosso set ao vivo para São Paulo. Por isso, será uma mistura de material velho e novo, algo diferente, que geralmente não costumamos fazer.


14 - Além do Suicide Commando você tem outra profissão?

Além da minha música eu ainda tenho um emprego em tempo parcial em um armazém, e também minha família, á qual tenho que me dedicar.

15 - Você sabe algo sobre a cena underground brasileira ( gótico, EBM, etc ... ) ?

Para ser honesto, eu realmente não estou tão em dia sobre a cena brasileira . Eu conheci bandas como Aghast View ou Deadjump no passado, mas elas pararam ou simplesmente acabei perdendo contato. É um pouco triste ver que a cena de hoje está totalmente dominada pelas bandas Europeias, pois acredito que ainda há música boa o suficiente em outros lugares.

16 - Quais são as suas expectativas sobre o show em São Paulo ?

Espero que esta seja uma noite inesquecível! Não tenho certeza do que esperar como, pois nunca tocamos no Brasil antes, mas de alguma forma eu espero que seja semelhante ao nosso primeiro show no México, que foi um grande sucesso.

17 - Gostaria de deixar uma mensagem para os fãs brasileiros ?

Obrigado a todos pelo seu apoio sem fim ! Estou feliz por finalmente poder tocar no Brasil no início de fevereiro, por isso, esperamos receber a todos lá !
Johan / Suicide Commando


Entrevista feita por: Renato Andrade (Segundo Inverno), Leo EBM e Lu Tonoli (Projeto Ferro Velho)

http://www.suicidecommando.be/